Em Portugal, são necessários três meses do rendimento de dois milhões de pobres, ou seja pessoas que recebem 422 euros mensais, para acumular a fortuna de Américo Amorim, avaliada em 2,5 milhões de euros.
De acordo com o Jornal de Notícias, os 5% de portugueses mais ricos do país têm um rendimento 20 vezes superior aos 5% mais pobres, o que representa claramente a desigualdade de grassa existente no país.
Na opinião de António Firmino da Costa, diretor do Observatório das Desigualdades, as medidas aplicadas pelo atual Governo socialista são medidas “efetivas de redução da pobreza e, até certo ponto, de redução das desigualdades”, algo que foi prejudicado no tempo de crise, acredita Carlos Farinha Rodrigues, professor do ISEG.
“O recuo das políticas, no auge da crise económica quando elas mais se revelavam necessárias, constituiu inequivocamente um fator de empobrecimento, de fragilização da coesão social e do agravamento da distância que separa os rendimentos da população mais pobre da parte cimeira da distribuição dos rendimentos”, garante o especialista.
Com o intuito de reduzir as desigualdades, o Governo de António Costa pretende criar o Complemento Salarial Anual, um apoio para os que vivem com um rendimento menor do que 422 euros, ou seja, abaixo do limiar de pobreza.
O Expresso noticiou que se trata de uma nova prestação social presente no documento Grandes Opções do Plano 2016-2019 e que será atribuída às pessoas que, apesar de trabalharem, não conseguem sair dos rendimentos considerados abaixo do limiar de pobreza.
Mais ainda, sabe-se que este apoio deverá ser feito através de crédito fiscal e, para além dos rendimentos, terá em conta o tamanho e composição do agregado familiar.
Recorde-se que recentemente a Oxfam revelou estimativas a nível mundial sobre a desigualdade. Os números impressionam: as 67 pessoas mais ricas do mundo têm a mesma riqueza do que a metade mais pobre do mundo.