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Para o bem ou para o mal, a chave está numa palavra

Na sexta-feira cumprem-se duas semanas desde que o esboço de Orçamento para este ano foi apresentado. Portugal pode ter um Orçamento que apresente os seus riscos, desde que não sejam "graves".

Para o bem ou para o mal, a chave está numa palavra
Notícias ao Minuto

08:30 - 03/02/16 por Pedro Filipe Pina

Economia OE2016

Entre esta quarta-feira e a próxima sexta-feira as dúvidas em torno do Orçamento serão desfeitas, para o bem ou para o mal. O Executivo reúne quinta-feira em Conselho de Ministros e já fez saber que o Orçamento do Estado irá ser aprovado. Para a Comissão Europeia, porém, o prazo de negociações só termina mesmo na sexta-feira. Confuso? Recapitulemos o que já se sabe.

Nesta fase, as negociações decorrerão a dois níveis, um particularmente técnico, em que diferentes contas estão em cima da mesa, com Lisboa e Bruxelas a apresentarem os respetivos argumentos, e um nível mais político, que à partida implicará aproximações de ambos os lados.

Ontem mesmo, Vladis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, deu a entender isso mesmo quando falou na necessidade de “mais esforços” por parte do Governo português para Bruxelas poder aprovar o Orçamento.

Apesar de o Governo já ter avançado "com algumas propostas que aproximam Portugal do cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento", não foram ainda feitos "progressos suficientes", afirmou em conferência de imprensa, citado pela Lusa.

A posição de Bruxelas condiciona mas é importante desmistificar alguns aspetos. Portugal pode ter um Orçamento que apresente os seus riscos. Bruxelas já por diversas vezes identificou riscos em planos orçamentais dos Estados-membros, o que não quer dizer que não tenha aprovado os documentos. É quando os riscos são considerados “graves” que tudo pode mudar.

Desde que foi implementada a nova legislação de reforço da supervisão orçamental na zona euro (o chamado 'two pack'), nunca Bruxelas considerou existirem casos de "incumprimento particularmente grave". Se o fizer desta vez com o documento do ministério tutelado por Mário Centeno, será exigido a Portugal novo documento – e haverá poucas semanas para o fazer.

Se o executivo comunitário considerar que não há incumprimentos particularmente graves então a Comissão terá mais duas semanas para elaborar a sua opinião.

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