O PENT inicial foi desenvolvido na legislatura de José Sócrates para um horizonte temporal de dez anos, de 2006-2015, e colocado à discussão pública em 2011, ainda durante o mandato socialista, tendo transitado para o actual Governo social-democrata de Passos Coelho.
O actual Governo concluiu o processo e aprovou a revisão do PENT a 27 do mês passado em Conselho de Ministros, uma versão que mantém os 10 produtos, já definidos na revisão do actual Governo, para sete destinos e que o actual executivo diz que "corrige os erros" anteriores, "é mais realista e adequada à actual conjuntura" e "focada em objectivos e acções concretas".
Segundo o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, o anterior plano tinha objectivos "demasiado ambiciosos e pouco realistas" e não previa qualquer controlo de implementação ou avaliação, ao contrário do que sucede agora com a revisão efectuada.
O novo PENT prevê uma monitorização trimestral de todo o plano, cuja supervisão ficará a cargo do Turismo de Portugal, do Governo e da Comissão de Orientação Estratégica para o Turismo (CIOET), e uma avaliação no final do triénio.
Já o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, sublinhou que "os novos objectivos do PENT prevêem o crescimento médio anual de 3,1% de dormidas, face aos 5% que estavam previstos no número de turistas internacionais, e um crescimento médio anual de 6,3% das receitas e não 9% como estava previsto".
"Estes problemas no anterior PENT não são meramente teóricos, tiveram repercussões práticas e motivaram um excesso de oferta a que assistimos hoje, foi um plano que convidou e incentivou as entidades e os agentes do sector a embarcarem em objectivos muito irrealistas", disse Adolfo Mesquita Nunes, acrescentando que o antigo plano provocou "uma estratégica de preços baixos e de grande endividamento dos agentes do sector".
Como exemplo, o governante avançou que se Portugal quisesse ter uma taxa de cobertura de 50% na oferta, a procura teria de aumentar este ano 25%, o que, considera, "irrealista".
"Um dos programas de acção no novo PENT passa pela alteração do conceito de promoção para o conceito de promoção e venda. Identificados os mercados consolidados e os emergentes, o nosso objectivo é estruturar e criar uma forma de promover que seja direccionado para a venda directamente para os mercados que queremos trabalhar", avançou.
Por sua vez, Álvaro Santos Pereira colocou a tónica na aposta dos 10 produtos estratégicos, como os circuitos turísticos religiosos e culturais, o turismo de saúde, de negócios, de natureza, o náutico, o residencial, as estadias de curta duração em cidade, a gastronomia e vinhos, o golfe e o sol e mar.
O Porto e Norte, o Centro, Lisboa e Vale do Tejo, o Alentejo, o Algarve, os Açores e a Madeira são os sete destinos.
Álvaro Santos Pereira avançou ainda que a atenção está focada na dinamização dos mercados de crescimento, como França, Brasil, Polónia e Rússia, na revitalização dos mercados de consolidação, como Reino Unido, Alemanha, Holanda, Portugal e Espanha e no desenvolvimento em mercados de diversificação como os países escandinavos, Itália, Irlanda, Estados Unidos e América Latina.
"Também não esquecemos o segmento das comunidades portuguesas", disse.
Questionados pelos jornalistas, os responsáveis políticos confirmaram que se mantêm os previstos cerca de 500 milhões de euros de receitas que o sector deverá gerar até 2015.