Os novos cortes planeados para o Estado, para colmatar o chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento, vão agravar o bem-estar, o desemprego, o rendimento disponível e a confiança de milhões de portugueses, escreve hoje o JN. A decisão do Palácio Ratton abriu um buraco de 1.320 milhões de euros no Orçamento.
Resultado? Os pensionistas de desempregados estão na mira do Governo. No que respeita o apoio ao desemprego, FMI e OCDE defendem, de resto, uma maior penalização dos desempregados mais antigos, com maiores carreiras contributivas. E o FMI também já veio dizer que o actual tecto do subsídio de desemprego, de 1.048 euros mensais ainda é elevado, e que se os desempregados há mais de dez meses fossem transferidos para o subsídio social de desemprego, a poupança podia chegar aos 600 milhões de euros.
Outras sugestões para baixar a despesa é o corte em 20% nas pensões do Estado, uma medida também defendida pelo FMI, nomeadamente porque os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações recebem, em média, três vezes mais do que os da Segurança Social.
Na calha está igualmente a subida da idade legal da reforma de 65 para 66 anos e o aumento das taxas moderadoras na Saúde.
Passos Coelho também avançou ontem que as empresas públicas são uma das áreas onde o Governo vai intensificar o corte na despesa, sendo que as firmas públicas também estão sujeitas a programas de rescisões de pessoal.