“A primeira escolha era atrair os compradores de obrigações, o que iria aliviar alguns dos custos do resgate. A segunda opção era oferecer financiamento com condições muito favoráveis. E a terceira opção era impor austeridade”, afirmou o antigo chefe da missão do FMI na Irlanda, citado pelo The Irish Times.
Numa entrevista esta manhã na televisão pública irlandesa, Ashoka Mody admitiu que “estamos a assistir a um reconhecimento tardio de que as restrições impostas pela austeridade eram insustentáveis”.
O chefe do FMI admitiu que os fundamentos do resgate internacional à Irlanda estavam errados. “Claramente, a experiência, se é que a era preciso experimentar, demonstrou que a confiança na austeridade é contra produtiva”, frisou.
Para Ashoka Mody, a solução para países como a Irlanda e Portugal passa por aumentar os prazos de pagamento dos resgates, sob o risco de se impor “um sofrimento sem fim às populações, uma cultura de dependência nacional e um tecido económico e social europeu desgastado".
As declarações do ex-chefe da missão do FMI na Irlanda surgem na véspera de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Dublin, para discutir a crise na região e formas de se alterarem as condições dos resgates de Portugal e Irlanda, sendo que uma das opções em cima da mesa é o prolongamento do prazo para o pagamento dos resgates em sete anos.