Caixa Geral de Depósitos tem de dar exemplo na concessão de crédito

O PSD considerou esta sexta-feira que há excesso de aversão ao risco por parte do sistema financeiro e defendeu que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem de dar o exemplo na concessão de crédito às empresas.

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Lusa
19/04/2013 13:55 ‧ 19/04/2013 por Lusa

Economia

PSD

Esta posição foi assumida pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, na Assembleia da República, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que reiterou que o Estado vai actuar para que os bancos recapitalizados reanimem o crédito à economia.

"Continua a haver algum excesso de aversão ao risco por parte do sistema financeiro que é importante que possamos vencer e modificar. É necessário que haja aqui alguma evolução na filosofia que o sistema financeiro tem tido para com as empresas", afirmou o líder parlamentar do PSD.

"E não posso também deixar de lhe dizer que, desse ponto de vista, o próprio banco público, a CGD não pode deixar de dar o exemplo", acrescentou, dirigindo-se ao primeiro-ministro.

Segundo Luís Montenegro, "sendo a CGD, naturalmente, uma alavanca importante do sistema financeiro, é necessário que daí possa emanar uma nova postura de relacionamento com as micro, pequenas e médias empresas, que possa precisamente fazer chegar ao tecido económico a capacidade para poder desenvolver os seus negócios".

Em resposta a "responsáveis do sistema financeiro" que alegam que há liquidez e que não há "assim tanta procura" de crédito, o líder parlamentar do PSD contrapôs que "as taxas de juro e os 'spreads' que estão a ser praticados são ainda muito elevados para garantir um investimento sustentado".

"Para além disso, muitas empresas carecem hoje, não só do apoio a investimentos, como do apoio do sistema financeiro para reestruturarem as suas dívidas, os seus planos financeiros, e com isso viabilizarem negócios que do ponto de vista económico têm sustentabilidade", acrescentou.

Ainda quanto à CGD, Luís Montenegro sustentou que, "no passado recente, a capacidade de crédito do banco público foi muito absorvida por investimentos feitos na esfera do Estado, no sector empresarial do Estado, também com outros de duvidoso critério de apoio à aquisição de participações sociais, etc.".

Em resposta a esta intervenção, Pedro Passos Coelho reafirmou que está convencido de que "há hoje condições para que os bancos possam dar um contributo mais expressivo para o financiamento à economia" e que, "em particular, junto daqueles que obtiveram um financiamento público para fazer essa recapitalização, o Estado não deixará activamente de fazer valer esses pontos de vista".

O primeiro-ministro ressalvou que o Governo não quer envolver-se "na disputa com os bancos sobre a avaliação de risco", mas considerou que também não pode "permitir que o financiamento à economia, dentro de condições que existam para a assegurar, não seja feita em tempo útil de modo a garantir uma inversão da tendência".

 

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