Numa reacção aos mais recentes dados do desemprego, divulgados hoje pelo gabinete oficial de estatísticas da UE (Eurostat) – segundo os quais a taxa subiu em Março para os 12,1% na zona euro, mantendo-se nos 17,5% em Portugal, relativamente ao mês anterior -, o comissário László Andor defendeu que “os Estados-membros devem implementar urgentemente medidas para criar mercados de trabalho dinâmicos e apoiar a criação” de emprego, sobretudo para os jovens.
“O desemprego jovem preocupa particularmente”, disse, apontando que, em Março, “5,7 milhões de jovens estavam desempregados na UE, 3,6 milhões dos quais na zona euro” – tendo Portugal a quarta taxa mais elevada (38,3%) -, e comentou que “o desemprego entre os jovens tem consequências potencialmente desastrosas, especial se for prolongado, já que os jovens podem ser excluídos não só do mercado de trabalho, como da sociedade como um todo”.
“As instituições da UE, os governos e parceiros sociais a todos os níveis precisam de fazer tudo ao seu alcance para evitar uma ‘geração perdida’, o que seria um desastre económico e social”, disse, recordando que, no plano europeu, está previsto um pacote de 6 mil milhões de euros para um programa de combate ao desemprego jovem (a chamada “garantia jovem”), que necessita ainda, todavia, de um acordo entre Conselho e Parlamento Europeu, e da aprovação do orçamento comunitário plurianual para 2014-2020.
O comissário admitiu ainda que os atuais níveis de desemprego e a falta de crescimento “danificaram a confiança nos sistemas político e económico em toda a Europa”, pelo que “restaurar esta confiança é hoje o principal dever dos governos nacionais e da União Europeia”.
A taxa de desemprego em Portugal situou-se nos 17,5% em Março, igual a Fevereiro, mas acima dos 15,1% observados em Março de 2012, com os jovens desempregados a subir de 38,1 para 38,3%.
De acordo com os dados do gabinete de estatística europeu (Eurostat), na zona euro, a taxa de desemprego (corrigida de variações sazonais) subiu para 12,1% em Março, acima dos 12% observados em Fevereiro, enquanto na União Europeia (UE) permaneceu inalterada nos 10,9%.
Entre os Estados-membros, Portugal continua a ter a terceira taxa de desemprego mais elevada (17,5% - valor que se mantém inalterado desde Janeiro deste ano -, apenas atrás da Grécia (27,2%, referente a Janeiro) e de Espanha (26,7%), enquanto a Áustria (4,7%), a Alemanha (5,4%) e o Luxemburgo (5,7%) apresentam as mais baixas.
Na comparação com Março de 2012, a taxa de desemprego apresenta subidas mais expressivas: na zona euro aumentou de 11% para 12,1% e na UE cresceu de 10,3% para 10,9%.
No mesmo período, em Portugal, a taxa de desemprego subiu de 15,1% para 17,5%, o quarto maior crescimento entre os Estados-membros, com a Grécia (de 21,5% para 27,2% entre Janeiro de 2012 e Janeiro deste ano), Chipre (de 10,7% para 14,2%) e Espanha (de 24,1% para 26,7%) a registarem os maiores aumentos.
Já as maiores quedas pertenceram à Letónia (de 15,6% para 14,3% na comparação entre os quartos trimestres de 2011 e de 2012), à Estónia (de 10,6% para 9,4% entre Fevereiro de 2012 e Fevereiro deste ano) e à Irlanda (de 15,0% para 14,1%).
Entre os jovens (com menos de 25 anos), Portugal registou uma taxa de desemprego de 38,3% em Março, acima dos 38,1% observados em Fevereiro e dos 35,7% registados em Março de 2012.
A taxa de desemprego jovem registada em Portugal, em Março, foi a quarta mais alta da UE, tendo apenas sido superada pelas observadas na Grécia (59,1%, valor referente a Janeiro), em Espanha (55,9%) e na Itália (38,4%).
Alemanha, Áustria (7,6% em ambos) e Holanda (10,5%) registaram as taxas mais baixas.
Na zona euro, a taxa de desemprego jovem manteve-se nos 24% em Março, o mês valor de Fevereiro, mas superior aos 22,5% observados em Março de 2012.
No conjunto dos 27 Estados-membros, a taxa situou-se nos 23,5%, valor idêntico ao registado em Fevereiro, mas superior aos 22,6% observados em Março de 2012.