Europa não pode estar unida" apenas pela moeda única"

O novo chefe do Governo italiano, Enrico Letta, considerou esta terça-feira que a Europa "não pode estar unida apenas por uma moeda" e que precisa de maior integração política para desempenhar plenamente o seu papel.

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Lusa
30/04/2013 13:50 ‧ 30/04/2013 por Lusa

Economia

Letta

"Um continente como o nosso não pode estar unido apenas pela moeda", declarou Letta, perante os senadores italianos reunidos para votar a moção de confiança ao Governo, garantindo que os países-membros da UE devem partilhar "um destino comum".

Letta, que apresentou na segunda-feira aos deputados italianos o seu Governo "europeu e europeísta", deverá deslocar-se esta tarde a Berlim para um encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Na quarta-feira e na quinta estará em Paris e em Bruxelas para encontros com o presidente francês, François Hollande, e com os dirigentes europeus, Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso.

"Do desenho europeu de há 20 anos uma única coisa foi feita: a moeda única. E se só existe a moeda única, o resto do mecanismo [europeu] não dá respostas às expectativas dos cidadãos", acrescentou.

"Agora, é preciso recuperar o tempo perdido. Muitos países só viram as eleições do dia seguinte, receando dizer aos cidadãos 'abandonei uma pequena parte da soberania'" a favor da construção comum, lamentou.

"Temos um destino comum ou então estaremos na situação de um país que vai individualmente em direcção ao declínio, perante nações com mais de mil milhões de habitantes", disse, numa referência à China ou à Índia.

Letta acrescentou que "o que está a acontecer" em Itália, o círculo vicioso de uma economia, em que consumidores e empresas deixaram de investir, "também está acontecer em outros países da Europa".

"Se não tivermos a capacidade de olhar para o futuro, todos em conjunto, não chegaremos a lado algum", advertiu.

"A Europa é a nossa viagem, escrita por nós próprios, ela é o nosso horizonte", afirmou na segunda-feira Letta, retomando um tema muito caro a Merkel, o reforço da Europa política.

"O porto ao qual nos dirigimos chama-se Estados Unidos da Europa e o nosso navio é a democracia. Não devemos sonhar os sonhos de outros, temos o nosso que é o da união política europeia", acrescentou.

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