Que haverá brutais cortes na despesa do Estado por forma a colmatar o chumbo do Tribunal Constitucional a quatro das normas do Orçamento do Estado para 2013 enviadas para fiscalização sucessiva já não é novidade. As medidas foram vagamente anunciadas, debatidas em reuniões extraordinárias de Conselho de Ministros, mas ainda não concretizadas. Espera-se que até amanhã, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, comunique detalhadamente onde, de facto, serão desferidos os cortes.
De acordo com contas feitas pela edição desta quinta-feira do jornal i, este ano serão destruídos 180,7 mil empregos, a que se somará a aniquilação de mais 26,7 mil postos de trabalho em 2014, sendo que o terreno dos salários dos funcionários públicos será aquele que sairá mais devastado.
Vejamos. Entre 2013 e 2017 as despesas com as remunerações dos trabalhadores do Estado passarão de 10,6% do PIB para 8,4%, o que se traduz numa poupança de 2.713 milhões de euros e representa perto de metade da consolidação prevista no Documento de Estratégia Orçamental (DEO).
Já no que às prestações sociais diz respeito, estima-se uma redução de gastos orçada em 34% da tesourada total.
Já segundo o Diário Económico o Estado irá rescindir com 20 mil funcionários públicos, bem como aumentar a idade da reforma, o que garantirá um encaixe de 4,7 mil milhões até 2016.