Os dados divulgados hoje em Bruxelas mostram, por outro lado, que quando se compara o andamento da economia face ao mesmo período do ano anterior, Portugal apenas voltará a ter um dado positivo no segundo trimestre de 2014, com um crescimento de 0,4%.
A confirmarem-se as estimativas de Bruxelas, a economia portuguesa ficará 13 trimestres com resultados negativos, quando se compara cada trimestre com o mesmo do ano anterior, e com 12 trimestres negativos quando se comparar cada trimestre com o imediatamente anterior.
A Comissão Europeia manteve inalteradas as suas previsões para a economia portuguesa, mas advertiu que "parece garantido" que haverá uma revisão em baixa destas estimativas.
Nas previsões económicas da primavera divulgadas hoje, a Comissão mantém para Portugal uma queda da economia de 2,3% em 2013 e um regresso ao crescimento em 2014, com o Produto Interno Bruto (PIB) a subir 0,6%, correspondendo exactamente às previsões apresentadas em Março pelo Governo e pela 'troika' (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) no âmbito da sétima avaliação a Portugal e as mesmas metas que o Governo inscreveu no Documento de Estratégia Orçamental que apresentou no dia 30 de Abril.
No relatório hoje divulgado, a Comissão escreve, no entanto, que, apesar dos efeitos que levaram a uma queda mais forte do que o previsto no final de 2012 já terem sido revertidos, "uma revisão em baixa do crescimento para 2013 parece garantida como resultado de uma maior deterioração das previsões de crescimento para as exportações portuguesas e de um agravamento das perspectivas para o mercado de trabalho".
A Comissão alerta, aliás, que os riscos subjacentes às suas previsões estão inclinados para o lado negativo, até porque o cenário macroeconómico está influenciado pela implementação das medidas que serão tomadas para compensar o chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado para 2013.
Mas a Comissão lembra ainda que a recuperação da economia está também dependente da 'performance' dos mercados financeiros, que ainda estão em situação frágil.
Do lado positivo, Bruxelas salienta o facto de Portugal, de forma gradual ter vindo a ganhar acesso aos mercados de dívida pública a taxas de juro mais favoráveis, pelo que, se esta tendência se mantiver, as condições financeiras também poderão melhorar para o sector privado.