A introdução de uma tabela salarial única na Função Pública, anunciada por Passos Coelho na sexta-feira, como uma das medidas substitutivas do chumbo de quatro normas do Orçamento pelo Tribunal Constitucional, traduzir-se-á num corte duplo nos salários dos funcionários públicos, pois reduções remuneratórias entre 3,5% e 10% já estão em vigor.
De acordo com o Diário Económico, a poupança estimada pelo Governo assume a sobreposição de medidas. Tudo vai depender do desenho da nova tabela salarial, mas sabe-se que a intenção do Executivo de Passos é aproximar o sector público do privado em termos de remunerações. É que um estudo recente concluiu que os trabalhadores com menos qualificações eram mais bem pagos pelo Estado do que pelas empresas.
Na mesma senda de equiparar público e privado está também a extensão do horário de trabalho dos funcionários públicos para 40 horas. No entanto, o jornal de Negócios levanta a questão de se estarem a comparar limites diferentes.
No privado o limite máximo do horário de trabalho são 40 horas, mas segundo o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, esse horário será a regra e não o limite máximo, ou seja os funcionários públicos ficarão com uma semana mais longa do que muitos trabalhadores do privado, de acordo com o Jornal de Negócios.