"Segunda vaga de austeridade" ainda vai ser pior

Os economistas contactados pelo Diário de Notícias consideram que a “segunda vaga de austeridade”, já abordada pelo primeiro-ministro, terá efeitos piores e “será muito difícil de controlar”. Depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros ter traçado a “barreira” da sustentabilidade da coligação no novo imposto sobre os pensionistas, a questão que se impõe é saber se o Governo tem margem de manobra para desistir dela.

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Notícias Ao Minuto
08/05/2013 09:47 ‧ 08/05/2013 por Notícias Ao Minuto

Economia

Cortes

A lâmina da austeridade que voltou a pairar sobre os pescoços dos portugueses, com o anúncio das medidas substitutivas das quatro normas chumbadas pelo Tribunal Constitucional, está ainda mais afiada, dizem os economistas, que antevêem o pior. Na opinião dos especialistas ouvidos pelo Diário de Notícias, é tempo de seguir por outro caminho e baixar impostos.

O pacote de medidas anunciadas por Passos coelho, na sexta-feira, permite uma poupança de 4,8 mil milhões de euros até 2015, apesar de o primeiro-ministro ter dito que só seriam necessários 4 mil milhões. No entanto, os economistas não se deixam convencer por estes números.

Para o professor catedrático de Coimbra José Reis as medidas constituem uma “segunda vaga de austeridade” e o especialista garante que o seu efeito será ainda pior do que o primeiro pacote. Os novos cortes são um “desmantelamento do Estado e das políticas sociais” que terão “efeitos muito fortes”, sustenta José Reis.

Na opinião do docente, a “natureza contraproducente do caminho que estamos a seguir vai agravar-se ainda mais” e a solução passa pela “urgente” renegociação da dívida.

Já o economista Eugénio Rosa diz não perceber como é que se tiram 240 milhões à despesa dos ministérios, lamentando que “tudo seja feito sobre o joelho”. O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro vai mais longe e defende que “os impostos têm de descer” pois a “situação não é sustentável”. No entanto, o especialista mostra-se favorável à existência de uma taxa sobre as pensões mais elevadas, salvaguardando a protecção das mais baixas.

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