A contestação às medidas da troika não é só protagonizada pelos países sob intervenção mas também pela própria Alemanha, muitas vezes apresentada como a responsável pelos sacrifícios que estão a ser exigidos a portugueses, gregos e irlandeses.
Conta a edição desta quinta-feira do jornal Público que, vários responsáveis alemães contestam o que classificam de “receitas erradas”, como o aumento de impostos, que em nada contribuem para esses países saírem da crise através do crescimento e competitividade das suas economias.
Além da contestação ao caminho que está a ser seguido pelos governos dos países sob intervenção da troika, estes responsáveis alemães, salienta o Público, criticam também a dupla linguagem de alguns dirigentes do BCE, FMI e Comissão Europeia que ora defendem as medidas de austeridade, ora avisam que dessa forma os programas de ajustamento nunca vão funcionar, bem como o facto de nunca assumirem a responsabilidade pelos erros desses programas.
Neste caso em particular, a contestação de Berlim foca-se sobretudo na Comissão Europeia, particularmente no seu presidente Durão Barroso, muitas vezes classificada de incompetente, ineficaz ou rígida, e por isso pouco capaz de gerir a saída da crise e garantir as novas responsabilidades que a zona euro terá de assumir para sobreviver, como por exemplo a criação de uma união bancária.