Segundo um inquérito levado a cabo pela LS Prime Market Research & Consulting Ltd, difundido pela imprensa local, 69,2% dos cipriotas são defensores da permanência na zona euro e só dois em cada dez (20,1%) consideram melhor que o Chipre se desvincule da moeda europeia e volte a ter a sua moeda nacional.
O inquérito, realizado entre os dias 14 e 17 de maio, mostra que 58,2% da sociedade cipriota apoia o acordo com a 'troika' internacional, que teve como contrapartida um resgate no valor de 10 mil milhões de euros.
Cerca de 32,6% pronunciou-se contra a decisão do parlamento de dar luz verde a este acordo, considerando que seria melhor encontrar outras soluções de apoio financeiro.
Em troca do resgate, o Chipre está obrigado a levar a cabo uma ampla reestruturação do sistema bancário, que implica perdas para os depositantes com poupanças superiores a 100.000 euros nos principais bancos: Banco do Chipre e Banco Popular (Laiki).
O acordo com a 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) inclui a reestruturação da maior instituição financeira cipriota, o Banco do Chipre, e a liquidação do Banco Popular, o segundo maior do país.
O inquérito mostra também que a maioria dos entrevistados (57,8%) considera que a responsabilidade de o Chipre ter sido obrigado a aceitar o memorando da 'troika' recai sobre o anterior governo, dirigido pelo comunista Dimitris Christofias, enquanto 4,7% responsabiliza o executivo atual cipriota liderado por Nikos Anastasiadis.
Cerca de 66,5% acredita que a crise económica cipriota será um fator negativo na solução do problema do Chipre, dividido entre greco-cipriotas e turco-cipriotas há 39 anos, depois da invasão e ocupação turca do norte da ilha mediterrânica em 1974.