Ainda antes do chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento para este ano, já o documento contava com um buraco de mais de 4 mil milhões de euros, aponta o jornal i, que adianta que este chumbo pode ter sido um óptimo bode expiatório para o Governo de Passos Coelho.
De acordo com o jornal, o ministro das Finanças deve estar mesmo muito agradecido aos juízes do Palácio Ratton pelo facto de lhe terem dado a oportunidade de disfarçar este buraco. É que o valor do chumbo do Constitucional vale 1.274 milhões de euros, mas o Orçamento Rectificativo assume a existência de um buraco de 4.395 milhões de euros, sem o valor destes chumbos.
Deste total, 2.200 milhões de euros respeitam a dívidas das regiões autónomas, câmaras e saúde, que não estavam inscritas no Orçamento de Estado; outros 1.595 milhões devem-se à quebra das receitas fiscais assumida por Gaspar no Rectificativo; 500 milhões referem-se ao reforço das verbas para a Segurança Social, sendo que daqui 270 milhões se destinam ao desemprego. E os restantes 100 milhões correspondem à perda de receita em 2013 com a concessão da ANA-Aeroportos.
Tudo somado e chega-se ao buraco de 4.395 milhões de euros, sem incluir o montante de 1.274 milhões resultante da avaliação negativa do Tribunal Constitucional, que o Executivo transformou em bode expiatório de todos os males do País.