O ajustamento salarial parece estar a ser feito à custa dos jovens e dos trabalhadores com vínculos laborais precários. Dados do INE demonstram uma subida na quantidade destes grupos menos protegidos com salários abaixo dos 600 euros.
“Não me espanta nada que o ajustamento esteja a aumentar as assimetrias e a desigualdade. É uma intensificação de um problema de segmentação e dualidade do mercado de trabalho”, afirma o sociólogo Pedro Adão e Silva.
O especialista justifica: “Como o grupo de contratados a prazo é maior do que na generalidade dos países europeus, o ajustamento está a ser feito por aí”.
Já Paula Carvalho, economista do BPI, afirma que “é normal que o ajustamento esteja a ser feito onde não uma regulação tão apertada”.
De acordo com o Jornal de Negócios, estes dados trazem de volta o debate sobre o impacto de ter um mercado de trabalho profundamente dividido entre funcionários mais velhos integrados em quadros de empresas e jovens precários.