“Não é por falta de financiamento que os programas como o Impulso Jovem estão aquém daquelas que eram as nossas expectativas. Nós temos financiamento para eles”, assegurou Pedro Passos Coelho, em resposta aos jornalistas, no final do Conselho Europeu.
O primeiro-ministro defendeu que o que é necessário é que as empresas vejam "interesse nestes programas” para poderem adotá-los.
O interesse das empresas, defendeu Passos Coelho, depende de dois fatores: da existência de uma “melhor perspetiva de financiamento” e da confiança nos “resultados da política económica e, portanto, na recuperação da economia”.
Na quinta-feira, no primeiro dia do Conselho Europeu, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) decidiram antecipar para 2014 e 2015 os seis mil milhões de euros destinados a iniciativas de combate o desemprego jovem, inicialmente previstos para o período 2014-2020.
Este valor poderá, no entanto, ser aumentado, podendo ascender a oito mil milhões de euros, em resultado da “flexibilidade” acordada na quinta-feira entre a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu, no âmbito do acordo sobre o orçamento comunitário para o período 2014-2020, como explicou o presidente do executivo comunitário, Durão Barroso.
Na prática, esta flexibilidade consiste na possibilidade de poder canalizar para as iniciativas destinadas à criação de emprego para os jovens verbas do orçamento comunitário que não foram utilizadas.
O primeiro-ministro português saudou a possibilidade de os seis mil milhões de euros poderem ser usados em 2014 e 2015, os dois primeiros anos de execução do orçamento comunitário plurianual (2014-2020).
“Julgamos que esta possibilidade trará para Portugal uma aceleração destas políticas destinadas a implementar a garantia jovem e, evidentemente, não resolvendo o problema do desemprego, criará uma expectativa positiva sobre todos os jovens que hoje são tremendamente afetados pelo desemprego”, concluiu.
A garantia jovem é uma iniciativa que pretende assegurar que os jovens até aos 25 anos que estão desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.
Em Portugal, a taxa de desemprego jovem situou-se nos 42,5% em abril, um nível recorde, segundo os últimos dados do Eurostat.