“Se houver um cenário de eleições antecipadas (…) rapidamente nos vamos aproximar de um cenário idêntico ao da Grécia”, avisa Luís Filipe Pereira, membro do Conselho de Supervisão da EDP. No mesmo sentido, o empresário Henrique Neto diz não ter dúvidas de que “se o actual Governo cair e formos para eleições, será desastroso, (…) irá fazer os juros da dívida pública ficarem mais elevados, o que não beneficia ninguém”.
Estes são apenas alguns dos empresários, ouvidos pelo Diário Económico, que convergem na ideia de que eleições antecipadas, no actual momento que o País atravessa, teria efeitos nefastos para o País. Muitos sublinham, por isso, a necessidade de o Presidente da República, Cavaco Silva, vir “rapidamente a terreno” por forma a “encontrar uma solução que permita aos portugueses, à troika, e aos investidores acreditar que vai ser criada uma alternativa, quiçá mais eficaz”, sustenta Jorge Armindo, presidente a Amorim Turismo.
Porém, na opinião de Fortunato Frederico, presidente da Kyaia, “o Presidente da República está fragilizado”, pelo que teme a recusa de “um Governo de iniciativa presidencial”. É, portanto, “o Parlamento que tem de resolver isto” para dar ao País “a estabilidade, paz social e políticas coerentes” e que precisa, acrescenta Mário Ferreira, presidente da Douro Azul.
Também contactados pelo Diário Económico, vários banqueiros, que optaram por falar sob anonimato, defendem que “o momento é os políticos”, esperando que “saibam e possam encontrar as melhores vias para superar a crise e evitar o caminho a Grécia”. Esta atitude, sustentam, é fundamental para conter os efeitos no mercado e recuperar a capacidade e negociação, nomeadamente, no período pós-troika.