De acordo com os dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que se baseia nos números do Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal, Portugal passou de um saldo negativo de 1.069 milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano passado, para um saldo positivo de 431,3 milhões de euros de janeiro a abril deste ano.
Apesar de este ser o primeiro quadrimestre em que Portugal regista um saldo favorável entre as exportações e as importações de bens e serviços, já no total de 2012 o valor foi positivo: "em termos anuais, 2012 fechou já com um excedente comercial de 111 milhões de euros, o que não acontecia desde 1943, estava Portugal em plena II Guerra Mundial", sublinha à Lusa uma fonte oficial da AICEP.
As exportações portuguesas passaram de 20,6 mil milhões de euros, de janeiro a abril de 2012, para 21,4 mil milhões, nos primeiros quatro meses deste ano, o que representa uma subida de 4,1%.
Quanto às importações, passaram de 21,6 mil milhões para 21 mil milhões de euros, tendo em conta a mesma referência temporal, o que revela uma descida de 3%.
O saldo do primeiro quadrimestre tem vindo a melhorar nos últimos anos, de acordo com um documento da AICEP a que a Lusa teve acesso. Assim, em 2009, o saldo tinha sido negativo em 4,3 mil milhões de euros, no ano seguinte melhorou para 4,2 mil milhões, e em 2011 quebrou a barreira dos 4 mil milhões, descendo para 3,8 mil milhões negativos.
Por grandes zonas geoeconómicas, constata-se que a maioria das exportações portuguesas continua a ser feita para a Europa, representando quase 70% do total, e registou-se um crescimento de 2,8% nas vendas nesta área.
Espanha (20,3%), França (12,1%), Alemanha (11,2%) e Reino Unido (7,6%) representam cerca de 50% das exportações portuguesas de bens e serviços, numa lista que inclui também Angola no sexto lugar, com 6,3% do total, e os EUA, com 4,8%.
O Governo quer que as exportações portuguesas representem em 2020 um total de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, por comparação com os 29% apontados pelo Executivo no período ente 2000 e 2010, segundo um documento divulgado pelo Governo no final de um Conselho de Ministros extraordinário dedicado ao crescimento económico e ao emprego em Portugal num prazo até 2020, realizado no dia 23 de abril deste ano.