Juntando as perdas salariais e a redução de pessoal, o Estado vai conseguir uma poupança maior do que o 13.º e o 14.º mês somados. Ou seja os funcionários públicos vão receber, afinal, os dois subsídios em 2014, mas nem por isso estão melhor do que antes da decisão do Tribunal Constitucional.
As contas são do Executivo e foram validadas pela Comissão Europeia no relatório da sétima avaliação do programa de ajustamento português, divulgado na semana passada.
O Governo prevê que o aumento do horário de trabalho, a redução do número de horas extraordinárias e o aumento das contribuições de trabalhadores para os sistemas de saúde vão transformar-se numa poupança para o Estado de mais de 520 milhões de euros.
A este valor somam-se os 445 milhões vindos das novas tabelas remuneratórias. Ao todo, a perda geral para os trabalhadores é de 965 milhões de euros. Sendo que este montante é superior ao da devolução dos subsídios este ano, que fica nos 800 milhões.
Em 2015, a diferença será ainda maior. Segundo as contas da UTAO, “o impacto total do conjunto destas medidas ascende a 1.133 milhões de euros, o que representa um valor significativamente superior ao previsto no Orçamento do Estado” para a devolução dos subsídios, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional.