A resposta da representante da Presidente brasileira, Dilma Rousseff, surge dois dias depois de o Fundo Monetário Internacional ter revisto em baixa a previsão de crescimento para o Brasil, para 2,5% este ano, acelerando para os 3,2% no próximo ano, uma revisão de 0,5 e 0,8 pontos, respetivamente.
De acordo com a atualização do World Economic Outlook, divulgado na terça-feira pela instituição sediada em Washington, o Brasil deverá acelerar este ano para os 2,5%, uma forte melhoria face aos 0,9% registados no ano passado.
"O FMI tem todo o direito de fazer previsões sobre as economias dos países, mas dispensamos as sugestões e o receituário para medidas adotadas pelo Brasil", assinalou Gleisi, em declarações à brasileira Agência Estado.
De acordo com a governante, há várias razões para o Brasil não acatar as recomendações do Fundo, primeiro porque o país "não deve nada" àquela instituição, antes pelo contrário, é credor, disse Hoffmann, sublinhando que sempre que o Brasil aplicou as medidas defendidas pelo FMI, houve "recessão, desemprego e dor do povo brasileiro".
Na base das críticas ao FMI está a defesa da estabilidade orçamental: "Temos um compromisso com a estabilidade orçamental", disse, acrescentando que o Brasil "não trabalha com política fiscal frouxa", mas sim com "política anticíclica", tal como foi feito na crise de 2008.
O que se esgotou, respondeu a ministra à recomendação do FMI para abandonar os estímulos monetários adicionais, "foi a política que eles apregoam, uma política que já está e se provou ultrapassada", concluindo: "Aonde estava o FMI na crise de 2008?".