O Tesouro português foi hoje ao mercado para vender dívida de curto prazo e teve de pagar juros mais elevados naquela que foi a primeira emissão de títulos de dívida desde que rebentou a crise política, com a demissão do ministro das Finanças Vítor Gaspar a 1 de Julho.
Portugal conseguiu obter os 1.500 milhões de euros que pretendia com o duplo leilão de BT, mas teve de pagar mais para atrair compradores. Assim, os juros da emissão a 12 meses subiram de 1,23% para 1,72%, a taxa mais elevada dos últimos nove meses, desde Outubro do ano passado, de acordo com o Diário Económico.
No total, o Estado português financiou-se em 1.200 milhões através da emissão de bilhetes do Tesouro a 12 meses e mais 300 milhões com títulos a cinco meses. No prazo mais curto, o juro fixou-se nos 1,045%, acima dos 1,041% pagos pelos Estado numa emissão a seis meses, em meados do mês passado.
"No leilão a 12 meses, se tivermos em conta a taxa praticada em Maio, no leilão a 6 meses, subiu bastante. Tivemos um agravamento de 0,41% no espaço de dois meses. O impasse político interno pode ter pesado um pouco nesta taxa a 12 meses. Mas os leilões foram um não-acontecimento", afirmou Filipe Silva, Director da Gestão de Activos do Banco Carregosa.