"Quero dizer em primeira mão que o Governo Regional não vai aplicar o horário de trabalho maior aqui na Região", anunciou Jardim após a reunião da comissão política regional do partido maioritário na Madeira.
O também líder do Governo Regional adiantou que encarregou o secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, de falar com o sindicato dos trabalhadores da Função Pública sobre este assunto.
"Mas fica hoje muito claro: a minha ideia é não aumentar o horário de trabalho aqui na Madeira. A saída legal para isto hei-de encontrar com a minha imaginação e depois de se falar com o sindicato da Função Pública", acrescentou.
O líder insular considerou que a decisão de aumentar o horário de trabalho é "um paradoxo", visto que "a 'troika' [de assistência financeira] vem dizer que é necessário dispensar pessoal".
"Então, se é preciso dispensar pessoal como é que vão pôr o pessoal a trabalhar mais horas, a gastar água, luz, papel, canetas, etc.?", argumentou Jardim.
Quanto à aplicação da lei da mobilidade, Jardim assegurou que "não é neste momento problema que venha a preocupar o Governo Regional, dado que a situação se tem resolvido com os pedidos de reforma, incluindo as antecipadas".
O presidente do Governo Regional informou ainda que "foram simplificados os procedimentos com o Ministério das Finanças e está em curso uma série de pagamentos que ainda estavam por ser feitos", mas remeteu explicações posteriores sobre este assunto para o secretário regional do Plano e Finanças.
Jardim referiu que nesta reunião da comissão política regional do PSD-M também foi abordada a questão da crise política nacional.
"Obviamente que o PSD-Madeira repudia toda a crise que o dr. Portas [Paulo Portas, parceiro da coligação governamental, cuja demissão no início de Julho precipitou uma crise política] provocou, que custou milhões aos portugueses", declarou, expressando "toda a confiança na ministra das Finanças" e considerando "injusta a posição assumida pelo CDS".
Jardim afirmou que o PSD-M "discorda do benefício ao infractor que é a composição do actual Governo da República" e prestou "homenagem ao ministro das Economia cessante [Álvaro Santos Silva]", que "foi um grande português numa altura muito difícil e uma pessoa que respeitou as autonomias políticas".
O responsável do PSD-M alertou ainda para "uma rasteira que ia sendo passada na Madeira com a lei das incompatibilidades do CDS", apontando, entre outros aspectos, que "diminuía o recrutamento de pessoas para a política, tornando quase necessário recorrer ao Serviço Nacional de Emprego para arranjar autarcas, deputados e governantes".