“A taxa de desemprego estima-se para o segundo trimestre de 2013 de 16,4%. Este valor é superior em 1,4 pontos percentuais ao do trimestre homólogo de 2012 e inferior em 1,3 pontos percentuais ao do trimestre anterior”, avançou ontem (quarta-feira) o INE, frisando porém que a destruição de postos de trabalho por conta de outrem, entre o segundo trimestre do ano passado e igual período de 2013, foi de 4%.
E para esta queda contribuíram todos os escalões de rendimento, à excepção dos salários líquidos inferiores a 310 euros, que registaram um aumentou de 5,2%. Já a maior quebra (25,6%) em relação a igual período de 2012 verificou-se no escalão de rendimentos entre os 1.800 a 2.500 euros.
Apesar de terem sido criados mais 72,4 mil postos de trabalho, face aos primeiros três meses do ano, uma análise mais aprofundada aos dados do INE permite perceber que esta recuperação acontece sempre no segundo trimestre de cada ano com a chegada do Verão e, consequentemente, da época turística, com as empresas a contratarem mais, ainda que a prazo e baixos salários.
De acordo com dados do INE, citados pelo DN, houve um aumento muito expressivo (3,7%) do trabalho em regime de part-time, ou seja a tempo parcial, enquanto os contratos a termo inteiro registaram uma ligeira subida de 1,6%. A taxa de desemprego jovem (dos 15 aos 24 anos) foi também a que mais desceu, apesar de continuar a ser das mais elevadas da Europa.
O Algarve, por força das circunstâncias, foi a região onde o emprego mais aumentou (5,7%) no segundo semestre e, por sua vez, onde o desemprego mais desceu para 17,3%.
Ainda assim, a destruição de postos de trabalho continua a ser uma tendência, com apenas 4,5 milhões de pessoas empregadas actualmente em Portugal, um dos valores mais baixos da história do País. Talvez por isso, os ministros da Economia e do Emprego, António Pires de Lima e Pedro Mota Soares, respectivamente, se tenham mostrado cautelosos face a estes números, justificando que será preciso “expurgá-los do efeito da sazonalidade”.