É uma data que, seguramente, nenhuma pessoa queria assinalar. Hoje é o Dia Internacional da Criança com Cancro e a Acreditar (Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro), em parceira, com a Fundação Rui Osório de Castro dá o pontapé de saída para a Semana Dourada, que visa sensibilizar Portugal para o cancro infantil. Pode ver o programa aqui.
O cancro infantil é, segundo a informação avançada pela Fundação Rui Osório de Castro, a primeira causa de morte não acidental na população infanto-juvenil. Em Portugal, “existem cerca de 2.200.000 crianças e, por ano, surgem 350 novos casos de cancro pediátrico, uma doença que aumenta cerca de 1% ao ano”.
Os rapazes são quem apresenta uma incidência maior da doença, à exceção dos bebés, em que a probabilidade de ter cancro é ligeiramente maior entre as meninas.
Os cancros do sistema hematopoiético (leucemia) é mais recorrente nas crianças entre os cinco e os nove anos, já os linfomas (cancro nos gânglios linfáticos) é o mais recorrente nos adolescentes entre os 15 e os 19 anos.
Ainda segundo os dados da Fundação Rui Osório de Castro - listados no Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica (PIPOP) -, o cancro encefálico é mais comum também entre as crianças dos cinco aos nove anos, seguindo-se os jovens dos 15 aos 19 anos e dos 10 aos 14 anos.
Os bebés com menos de um ano de vida são os que mais sofrem de neuroblastomas (cancro nos nervos periféricos e sistema nervoso autónomo).
Dos dois aos quatro anos, os cancros mais comuns são os tumores hepáticos (fígado e vias biliares intra-hepáticas) – não existindo dados deste tipo de cancro noutras idades –, os tumores renais, os retinoblastomas (cancro nos olhos) e os sarcomas, cancro no tecido conjuntivo subcutâneo e outros tecidos moles, tumor que atinge também as crianças dos dois aos quatro anos.
Sinais e sintomas do cancro pediátrico
Muitos sinais e sintomas do cancro podem confundir-se com os de doenças comuns na infância.
Entre os mais comuns, diz o PIPOP, estão as dores ósseas ou musculares, a tosse contínua, a febre, a palidez, a dor de cabeça, os vómitos, as infecções constantes, os sangramentos recorrentes, a fadiga, o emagrecimento sem motivo aparente, os inchaços na face e no pescoço, o aparecimento de nódulos no corpo, as dificuldades de locomoção e o desenvolvimento de massa palpável no abdómen.
Contudo, explica o portal, “existem determinados sinais e sintomas que estão associados especificamente a alguns tipos de cancro, nomeadamente, febre recorrente acompanhada por dores nos ossos, facilidade em ter infecções, palidez e hemorragias podem fazer suspeitar de leucemia”.