Josefa Cruz considerou que a notícia, em que o jornal A Semana indica que a diplomata angolana, "num desabafo", acusou José Maria Neves de "não deixar a cooperação bilateral avançar", visando "somente minar as relações históricas de amizade e de cooperação" entre Angola e Cabo Verde.
As declarações publicadas pelo jornal levaram, no mesmo dia, o Ministério das Relações Exteriores (MIREX) cabo-verdiano a convocar Josefa Cruz, tendo sido, depois, divulgado um comunicado que se limitou a dar conta da excelência das relações entre os dois países.
"Não seria ético da minha parte e muito menos fazer política tecendo tais considerações em público", afirmou Josefa Cruz, que explicou à Lusa a origem do artigo, que, no seu entender, está "descontextualizado".
Segundo o A Semana, a diplomata angolana acusou José Maria Neves de estar a "bloquear" as relações de cooperação bilaterais, atuando como uma "sombra".
Em maio deste ano, na cimeira da União Africana (UA) de Adis Abeba, Jorge Carlos Fonseca e o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, defenderam a necessidade de redinamizar a cooperação bilateral, mas nada ficou decidido quanto à visita do chefe de Estado cabo-verdiano a Luanda.
A cooperação mista bilateral está parada desde 2008, quando os dois países aprovaram três ratificações de acordos nas áreas da industria, ensino superior, segurança e ordem pública, assim se mantendo depois de José Maria Neves ter visitado Angola em agosto de 2010.
Em abril deste ano, durante uma visita a Cabo Verde, a secretária de Estado da Cooperação angolana, Ângela Bragança, indicou que os dois países criaram um "Roteiro para a Cooperação" bilateral para áreas como Turismo, Serviços, Energia e Indústria.