Atenas recusa cortes adicionais exigidos pela troika

O governo grego recusa categoricamente cortes adicionais de 2.000 milhões de euros em 2014, como pede a 'troika' de credores internacionais, foi hoje anunciado.

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Lusa
17/10/2013 12:32 ‧ 17/10/2013 por Lusa

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2014

"Não haverá novas medidas. Conseguimos um excedente primário com muito esforço e enormes sacrifícios da sociedade", afirmou hoje o ministro para a Reforma Administrativa, Kiriakos Mitsotakis, em declarações à cadeia de televisão privada Mega.

O ministro reiterou que o governo "deu provas de seriedade e da sua vontade de fazer reformas reais" e descartou que o Parlamento possa aprovar um novo pacote de cortes.

Mais dramática foi ainda a advertência formulada pela irmã de Mitsotakis, a também deputada conservadora e ex-ministra dos Negócios Estrangeiros Dora Bakoyianni.

"Se querem evitar que a Grécia se afunde os credores têm que perceber que chegámos ao nosso limite", sublinhou hoje Bakoyianni em declarações à televisão privada Skai.

O ministro da Saúde, Adonis Yeoryiadis, ainda foi mais longe na quarta-feira ao advertir que se obrigarem o governo a aprovar novas medidas haverá de novo eleições antecipadas.

Os três políticos conservadores fizeram estas declarações no âmbito das novas exigências apresentadas pela 'troika' a Atenas para fazer cortes de mais 2.000 milhões de euros.

Segundo a 'troika', os cortes de 4.000 milhões de euros previstos no Orçamento para 2014 serão insuficientes para cobrir o défice de financiamento.

O próprio ministro das Finanças grego, Yannis Sturnaras, falou repetidamente de falhas financeiras de cerca de 5.000 milhões de euros em 2014 e de cerca de 10.500 milhões de euros até ao final de 2016.

Segundo informações no portal informativo "in.gr", o governo dirigido pelo conservador Andonis Samarás quer convencer a 'troika', formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, de que o défice poderá financiar-se com o previsível aumento de arrecadação de impostos em 2014.

O governo estima que esta melhoria das receitas fiscais seja viável porque a economia vai crescer pela primeira vez depois de seis anos de recessão consecutiva.

Atenas prevê que o Produto Interno bruto (PIB) aumente 0,6%.

Sturnaras assegurou que se procurarão as fórmulas necessárias em dezembro e que atualmente todas as opções estão em cima da mesa, com exceção a de cortes "horizontais" a salários e pensões.

A próxima etapa de negociações entre Atenas e a 'troika' está prevista para novembro.

 

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