"A opinião da comunidade internacional conta para o governo (birmanês), porque ele precisa de ajuda e de investimento", disse Suu Kyi aos jornalistas antes de um almoço com os ministros da União Europeia.
A Nobel da Paz, que está na Europa para receber o prémio Sakharov, afirmou que as reformas feitas pelo regime são ainda insuficientes e que os dirigentes europeus devem pressionar "sem ambiguidade sobre a necessidade de uma mudança da Constituição" antes das eleições previstas para 2015.
A Constituição "não é democrática", insistiu, referindo o princípio nela estabelecido que atribui 25% dos assentos na assembleia aos militares.
A lei fundamental da Birmânia é também um obstáculo à ambição de Suu Kyi de ser eleita presidente, uma vez que proíbe o acesso ao cargo de qualquer cidadão birmanês casado com um estrangeiro ou que tenha filhos de nacionalidade estrangeira. Suu Kyi foi casada com um britânico, já falecido, de quem teve dois filhos, ambos de nacionalidade britânica.
"As reformas foram tão longe quanto era possível sem alterar a Constituição. A menos que ela seja emendada, temos de concluir que a atual administração não deseja levar as reformas mais longe", disse.
A UE respondeu às reformas políticas dos últimos anos na Birmânia e à libertação dos presos políticos, como a própria Suu Kyi, levantando todas as sanções que tinha imposto ao país, à exceção do embargo de armas.
Aung San Suu Kyi, de visita à Europa, vai estar na terça-feira no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, para receber o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento que lhe foi atribuído em 1990.