Venezuela: Guerrilheiros exploram minas de ouro para financiar Maduro

Grupos de guerrilheiros disputam o controlo de minas de ouro, para proveito próprio e para financiar o governo de Nicolas Maduro, aproveitando a crise na Venezuela, segundo um relatório de uma organização não-governamental.

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Lusa
28/02/2019 16:45 ‧ 28/02/2019 por Lusa

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Um relatório hoje divulgado pelo International Crisis Group, uma organização não-governamental para a preservação da paz mundial, em várias partes do sul da Venezuela, unidades de guerrilheiros e sindicatos de crime, alguns dos quais oriundos da Colômbia, estão a lutar pelo controlo de minas de ouro, financiando o governo e aumentando o número de mortes no país.

Muito do proveito do negócio acaba nas mãos do governo de Nicolas Maduro, que continua a ter uma forte influência sobre esses grupos de milícias, compensando a diminuição de receitas provenientes da venda de petróleo, que está em parte embargada por sanções dos EUA.

Segundo o International Crisis Group, esta atividade de crime organizado, que está a exaurir minas de ouro no sul da Venezuela, é também responsável pelo aumento do número de homicídios no país.

De acordo com o documento hoje divulgado, a crise política na Venezuela está a servir para estes grupos de crime organizado expandirem a sua atividade, com operações de mineração ilegais, que são do conhecimento do governo de Nicolas Maduro.

Segundo esta organização, com sede nos EUA, esta situação está a aumentar o nível de desestabilização no país, criando situações de enorme tensão em várias regiões da Venezuela e dificultando qualquer ação de pacificação no território.

"Recentemente, grupos de guerrilha da Colômbia (...) estão a tomar conta da indústria mineira", diz o relatório da organização, que alerta para a necessidade de uma transição pacífica de poder, para retomar o controlo sobre esta valiosa indústria venezuelana.

"Comunidades locais, em grande parte indígenas, na linha de frente da mineração ilegal e da expansão de grupos criminosos ou rebeldes enfrentam agora as maiores dificuldades", diz o relatório, dizendo que a atividade mineira está exposta "ao terror provocado por grupos armados que procuram impor a obediência, com as taxas de homicídio em algumas cidades mineiras atingindo níveis extraordinários".

 

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