"Há um problema de fundo" relacionado com a "APGB (Administração dos Portos da Guiné-Bissau) e outros setores, mas que as investigações irão provar", disse Serifo Nhamadjo, adiantando que se trata de um problema interno da APGB "que está a extrapolar para a vida nacional".
O porto de Bissau tem estado no centro de polémicas nos últimos meses, relacionadas com a nomeação de diretores e alegados estudos para com uma eventual privatização.
Em declarações à margem de uma visita a uma escola, Nhamadjo disse que já estava a "dirimir conflitos" e a "chamar a atenção às partes envolvidas" no assunto desde há quatro dias antes do espancamento de Orlando Viegas, ministro com a pasta dos Transportes e dirigente do Partido da Renovação Social (PRS).
O Presidente de transição diz já ter conversado com responsáveis da Assembleia Nacional, governo de transição, chefias militares, sindicato da APGB e com o PRS.
"Espero que cada um assuma as suas responsabilidades, porque se continuarmos nestas impunidades, estamos a destruir o país e ninguém ganha com isso", afirmou Nhamadjo.
O Presidente de transição queixou-se ainda de "desinformação" que admite estar na base de muitos atos de violência: "muitas das vezes basta alguém pensar e dizer uma coisa para toda gente pensar que é a verdade".
Orlando Viegas, que sofreu ferimentos muito graves no espancamento, deverá ser transferido hoje para um hospital de Dacar para receber tratamento.