"O nascimento de um bebé sem rosto põe em cheque o Sistema Nacional de Saúde", escreve no título o jornal espanhol El País, referindo-se ao caso do bebé Rodrigo que tem estado em destaque nas notícias nacionais durante a semana.
O jornal espanhol recupera o número de queixas feitas contra o médico na Ordem dos Médicos, desde 2007, para referir que "a Ordem em nenhum momento alertou os hospitais públicos ou privados (...) nem tão pouco deu explicações sobre o atraso em analisar as denúncias".
É recordado ainda que o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, reconheceu a existência "de cinco queixas em aberto desde 2013", contam que "apenas uma foi investigada" e que "foi decidido que o obstetra não tinha cometido qualquer negligência".
"No total, são 12 queixas - por diferentes meios - contra o médico, de 69 anos. Quatro delas foram arquivados sem sanção", lê-se, novamente, na peça do El País.
Recorde-se que a 7 de outubro nasceu Rodrigo, um bebé sem olhos, nariz e parte do crânio, depois de a mãe ter feito ecografias com o obstetra Artur Carvalho. O médico não detetou malformações graves no bebé durante os exames e este acabou por nascer sem rosto, no Hospital de São Bernardo. Segundo a Ordem dos Médicos o médico tem quatro processos em curso no conselho disciplinar.
O médico em causa, Artur Carvalho, trabalha no Hospital São Bernardo, em Setúbal, e numa clínica privada que fica junto à unidade hospitalar e foi esta terça-feira suspenso de funções preventivamente.
