Dezenas de mísseis contra bases aéreas iraquianas usadas pelos EUA

Dezenas de mísseis iranianos foram hoje lançados contra duas bases em Ain Assad e Arbil, no Iraque, utilizadas pelo exército norte-americano, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

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Lusa
08/01/2020 04:58 ‧ 08/01/2020 por Lusa

Mundo

EUA/Irão

 

O ataque, anunciado pela televisão estatal do Irão e confirmado pelo Pentágono e por fontes da polícia e do exército do Iraque, envolveu pelo menos 13 mísseis iranianos terra-terra e não causou, até momento, quaisquer vítimas.

Numa primeira reação ao ataque, o Presidente dos Estados Unidos disse estar "tudo bem" e prometeu falar ainda hoje sobre a situação.

"Está tudo bem! Mísseis lançados do Irão para duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos materiais está em curso. Até agora, está tudo bem", escreveu Donald Trump na rede social Twitter às 21:45 (02:45 em Lisboa).

Na mesma mensagem, o Presidente norte-americano garantiu que os EUA têm "as mais poderosas e mais bem equipadas forças armadas em todo o mundo, de longe".

Por seu lado, os Guardas da Revolução do Irão ameaçaram já atacar "no interior dos EUA", "Israel" e "aliados dos EUA".

A ameaça de atacar "dentro dos EUA" foi feita no canal dos Guardas da Revolução, citado pela CNN, em comentário a uma eventual retaliação norte-americana aos ataques realizados na noite de hoje a duas bases iraquianas com militares dos EUA.

No mesmo canal, os Guardas da Revolução mencionaram a possibilidade de atacarem o Dubai, nos Emirados, e Haifa, em Israel, se fossem bombardeados.

Antes, em comunicado, os Guardas da Revolução tinham ameaçado atacar "Israel" e "aliados dos EUA".

As ameaças iranianas são os últimos desenvolvimentos de um aumento de tensão entre os Estados Unidos e o Irão depois da morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, na sexta-feira, num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, capital do Iraque, ordenado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.

Apesar do ataque e das últimas ameaças, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, veio já afirmar que Teerão "não pretende um agravamento da guerra, mas que se vai defender de qualquer agressão".

Através da rede social Twitter, o ministro classificou o ataque com mísseis balísticos a bases iraquianas com militares norte-americanos como "medidas proporcionais de autodefesa".

A base aérea de Ain Assad foi a primeira base utilizada pelos forças militares norte-americanas após a invasão do Iraque em 2003 destinada a derrubar Saddam Hussein.

As forças dos EUA permaneceram estacionadas no local quando foi desencadeado o combate no Iraque e na Síria contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

A televisão estatal iraniana referiu que esta operação militar foi designada "Mártir Soleimani". Indicou ainda que a divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, que controla o programa de mísseis iranianos, desencadeou o ataque. O Irão referiu que vai disponibilizar posteriormente mais informações.

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