Casos de cólera no Huambo foi uma "má surpresa"

O aparecimento de casos de cólera na província do Huambo, centro de Angola, foi uma "má surpresa", disse à Lusa o ministro da Saúde angolano, a propósito dos oito óbitos registados nas últimas duas semanas.

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Lusa
13/12/2013 11:47 ‧ 13/12/2013 por Lusa

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José Van-Dúnem, que falava à margem da sessão parlamentar de quinta-feira, em que foi aprovado o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2014, referia-se à média diária de cinco novos casos de cólera no Huambo, desde o fim de novembro.

O governante atribuiu o surgimento dos primeiros casos de cólera no Huambo, pela primeira vez este ano, à melhoria da rede rodoviária, que tem facilitado a movimentação de pessoas daquela região para outras afetadas pela doença, que atinge o país desde dezembro de 2012.

"A província do Huambo é das que tem uma infraestrutura sanitária mais funcional naquela região, mas que é compreensível que tenham acontecido os casos de cólera", referiu o ministro.

As autoridades sanitárias do Huambo continuam preocupadas com os indicadores da doença, que desde o surgimento em finais do mês passado já fez oito mortos, sete dos quais extra-hospitalares, de um total de 106 casos.

Por seu lado, em declarações à agência Angop, o diretor de Saúde no Huambo, Frederico Juliana, frisou a necessidade de intervenção de todos os agentes da sociedade civil no combate ao surto, que rapidamente se tem propagado e criado novas vítimas.

"Em pouco menos de 20 dias, nove bairros foram afetados pelo surto. A preocupação é maior ainda por terem sido diagnosticados, esta semana, dois casos de cólera no município da Caála", frisou Frederico Juliana.

A província do Huambo, no planalto central de Angola, integrava juntamente com o Bengo, Bié, Cuanza Sul, Cuando Cubango, Lunda Sul e Zaire, as regiões sem casos de cólera até à 48ª semana epidemiológica.

O Bié, região fronteiriça do Huambo, está sem o registo de casos de cólera há mais de três anos, devido à melhoria da qualidade no saneamento básico nas cidades e comunidades rurais.

Entretanto, a província do Cunene, no sul de Angola, a mais afetada pelo surto, está há quatro dias sem o registo de casos, informou José Van-Dúnem.

O ministro referiu que uma intervenção combinada, que consistiu na distribuição de água potável, a inclusão do setor da saúde das Forças Armadas Angolanas e a deslocação ao Cunene de uma brigada do nível central, bem como o trabalho nas comunidades, permitiu o controlo da situação.

"Do ponto de vista estrutural foi a estação de tratamento de água de Xangongo, que entrou em funcionamento. Então, há uma grande quantidade de água disponível, agora é preciso fazer chegar água aos vários quimbos (aldeias) que é o trabalho que está a ser feito", sublinhou José Va-Dúnem.

O Cunene, província mais atingida pelo surto de cólera, consequência de uma prolongado período de estiagem, tem um total cumulativo de 3.847 casos, dos 6.017 registados de dezembro de 2012 até à presente data, com a notificação de 133 mortos do total de 195 registados pela direção nacional de saúde de Angola.

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