Recolha seletiva e reciclagem devem continuar, recomenda Bruxelas

A Comissão Europeia adotou um documento no qual recomenda a continuidade da recolha seletiva e da reciclagem de resíduos, no contexto da epidemia de covid-19.

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Lusa
15/04/2020 06:30 ‧ 15/04/2020 por Lusa

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Covid-19

No documento "Gestão de resíduos no contexto da crise do coronavírus", divulgado na terça-feira, o comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevicius, frisa que, "tendo em conta as avaliações dos riscos realizadas por organismos científicos e as medidas de gestão de riscos aplicáveis, a continuidade geral de serviços adequados de gestão de resíduos urbanos, incluindo a recolha seletiva e a reciclagem, deve ser salvaguardada".

Nesse sentido, "impedir interrupções na recolha seletiva de resíduos é importante para garantir que a infraestrutura de recolha e tratamento de resíduos residuais não seja sobrecarregada, potencialmente criando riscos adicionais à saúde".

Ao mesmo tempo, "os cidadãos devem poder manter os seus hábitos ecológicos", recomenda o documento, que fornece orientações e cita boas práticas.

No contexto da crise do coronavírus, refere o comissário, "é ainda mais importante que os cidadãos separem bem os seus resíduos" e garantam que os materiais recicláveis sejam colocados nos locais adequados.

O continente europeu, com cerca de um milhão de infetados e mais de 84 mil mortos, é o que regista o maior número de casos de covid-19.

"A gestão adequada de resíduos faz parte dos serviços essenciais à nossa sociedade", assinala Virginijus Sinkevicius, recordando que "a produção anual total de resíduos na UE é de cinco toneladas per capita" e que "cada pessoa produz, em média, quase meia tonelada de lixo municipal por ano, o que significa que todas as semanas cada família gere mais de 20 quilos de lixo municipal".

Virginijus Sinkevicius considera que os Estados-membros e os operadores de resíduos "têm feito um esforço para garantir a continuidade da gestão de resíduos", nomeadamente prevenindo ou reduzindo interrupções, mesmo quando têm de gerir a escassez de pessoal, garantindo segurança no trabalho e no manuseamento dos resíduos domésticos produzidos por cidadãos infetados com o coronavírus e gerindo "quantidades crescentes de resíduos médicos".

O comissário europeu recorda que existem 4,9 mil milhões de euros para a gestão de resíduos e que, até ao final de 2019, 31 por cento desses fundos ainda não tinham sido alocados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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