Os confrontos sectários intensificaram-se na capital centro-africana na quinta-feira à noite e na manhã de hoje.
Um responsável da Cruz Vermelha adiantou que a organização recuperou 29 corpos, sobretudo com ferimentos de bala e golpes de machete.
Porém, admitiu, o balanço de vítimas deverá ser superior, já que alguns corpos foram recuperados pelas famílias ou outras pessoas.
De acordo com os Médicos Sem Fronteiras, cerca de 40 feridos, foram levados para um hospital comunitário situado na capital.
Os confrontos registaram-se sobretudo no bairro de Baya Doumbia, perto do aeroporto, segundo um oficial que falou à AFP sob anonimato.
A Presidência centro-africana adiantou, em comunicado, que, entre as vítimas mortais dos confrontos está um soldado chadiano que integra a força da União Africana no país (Misca).
As milícias de autodefesa cristãs "atacaram com granadas o contingente chadiano da Misca) quando este se deslocava para fazer uma patrulha de rotina em Gobongo", refere o comunicado, frisando que do ataque resultaram também "vários feridos".
As casas de alguns membros do Governo foram igualmente alvo de ataques, acrescenta o comunicado.
"Apesar do destacamento de forças francesas, em apoio à Misca, a segurança permanece gravemente ameaçada em Bangui e mais particularmente em certos bairros controlados" pelas milícias cristãs, relata a Presidência, que anunciou a abertura de um inquérito.
Incidentes deste tipo "comprometem a unidade nacional e as hipóteses de paz", frisa o comunicado.
Os confrontos entre cristãos e muçulmanos na República Centro-Africana já fizeram perto de um milhar de mortos desde o dia 5, segundo a Amnistia Internacional.