Foi o primeiro autarca a assumir a vitória e também um dos discursos mais esperados da noite, num momento em que o primeiro-ministro vê a sua popularidade nos píncaros e se fala, ao mesmo tempo, de remodelação governamental.
"No Havre, a escolha foi clara e eu agradeço a toda a gente que veio votar. [...] As escolhas são feitas pelos que vieram votar e nós, como autarcas, temos de fazer o melhor pelo bem público", indicou Philippe na Câmara Municipal do Havre.
Sem dar pistas sobre o seu futuro político em noite de vitória, o primeiro-ministro já tinha indicado que ir às urnas nas municipais era importante, mesmo estando à frente do Governo.
"Toda a gente conhece a situação: sou primeiro-ministro. O Presidente da República confiou-me uma responsabilidade, eu exerço-a o melhor que posso. Apresentei-me nas eleições porque é o que amo fazer, é o que quero fazer e quero ser útil ao Havre", indicou Philippe em entrevista à France 3 Normandia na semana passada.
Este é o segundo mandato do primeiro-ministro no Havre e bateu-se contra o comunista Jean-Paul Lecoq. Mas desta vez, Édouard Philippe não envergou as cores do seu partido de sempre, Os Republicanos (direita), e partiu para uma campanha com o apoio do Le Republique en Marche (partido que elegeu o Presidente Macron em 2017), tendo sido seguido por muitos fiéis de direita na cidade.
Tal como prometido, o Presidente deve falar nos próximos dias à nação sobre uma remodelação governamental onde o lugar de primeiro-ministro pode vir a ser uma das mudanças anunciadas na crise pós-covid, com Bruno Le Maire, ministro da Economia, a desenhar-se como um possível sucessor.
Tal como aconteceu quando entrou no Governo, Édouard Philippe vai abdicar do seu lugar na autarquia para se concentrar no Executivo. No entanto, e como há algum tempo até à tomada de posse oficial dos poderes camarários, essa pode ser a opção B caso acabe por cessar funções na capital francesa.
Esta noite, a França vai acabar de escolher os eleitos locais de mais de 5.000 cidades após uma primeira volta a 15 de março, pré-pandemia, que já deu a conhecer os novos executivos em 30.000 localidades.