Situação na região dos Grandes Lagos é "preocupante"

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, considerou hoje em Luanda a situação na região dos Grandes Lagos como "preocupante", que "perturba e retarda" o processo de integração e o desenvolvimento de África.

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Lusa
15/01/2014 13:54 ‧ 15/01/2014 por Lusa

Mundo

José Eduardo dos Santos

José Eduardo dos Santos, que intervinha na abertura dos trabalhos da V cimeira de chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), acrescentou que "o grande desafio" é saber se os líderes africanos "são capazes ou não de banir os conflitos armados, as rebeliões e as subversões".

"Temos o dever de dizer que sim! Somos capazes de trabalhar para que isto aconteça, pois somos a esperança dos povos que confiaram em nós a condução dos seus destinos", frisou.

O Presidente angolano acrescentou que a Carta Constitutiva da União Africana "diz tudo" o que deve ser feito.

"Basta respeitá-la e implementá-la para se alcançar esses objetivos e reforçar a nossa cooperação em todos os domínios, cumprindo os compromissos assumidos", disse.

Angola assume nesta cimeira a presidência da CIRGL e os principais desafios para o mandato de dois anos são a continuação da instabilidade no leste da vizinha República Democrática do Congo e os conflitos recentes na República Centro-Africana (RCA) e no Sudão do Sul, todos membros da organização.

Para fazer face a estes desafios, José Eduardo dos Santos sintetizou que a posição de Angola será a de "manter o diálogo e obter consensos".

Angola vai assentar o seu mandato em três grandes domínios de atuação: nos planos político, económico-social e desenvolvimento regional e de defesa e segurança, anunciou.

No plano político, privilegiará a aplicação dos princípios constantes do Pacto sobre a Paz, a Estabilidade e o Desenvolvimento da Região dos Grandes Lagos, assinado em dezembro de 2006 em Nairobi, e o cumprimento dos compromissos assumidos "para a busca da paz e estabilidade" na RCA e no Sudão do Sul.

No segundo plano, Angola vai "envidar esforços" para promover as trocas comerciais e de experiências nos domínios administrativo, gestão macroeconómica, combate à fome e pobreza, aumento do emprego e da cooperação nos setores da economia real para consolidar a diversificação das respetivas economias.

Finalmente, no capítulo da defesa e segurança, o mandato de Luanda visa continuar a promover a gestão conjunta da segurança das fronteiras comuns, e a cooperação sobre questões gerais de segurança, designadamente o combate ao tráfico de seres humanos, imigração ilegal, exploração ilícita e pilhagem de recursos naturais, proliferação ilegal de armas e prevenção e combate das atividades criminosas transnacionais e terrorismo.

"Trabalhemos juntos para garantir um futuro melhor para os nossos povos", concluiu.

Os trabalhos da V cimeira da CIRGL terminam hoje à tarde com a divulgação da Declaração de Luanda e uma conferência de imprensa, com a presença anunciada de José Eduardo dos Santos.

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