Neste grupo encontra-se Brahim C., o pai da aluna que apelou para uma mobilização contra o professor Samuel Paty nas redes sociais, após duas aulas sobre a liberdade de expressão, em 05 e 06 de outubro, numa escola a cerca de 20 quilómetros a noroeste de Paris.
Os investigadores antiterroristas, que procuram eventuais cúmplices, estão a analisar as mensagens trocadas, através da aplicação WhatsApp, entre o pai e o atacante, Abdullakh Anzorov, de 18 anos, um refugiado de origem chechena.
O radical islâmico Abdelhakim Sefrioui, que acompanhou o pai da aluna na mobilização contra o professor, também será presente ao juiz.
Dois menores, suspeitos de terem recebido dinheiro do atacante em troca de informações sobre a vítima, e três amigos do atacante vão também ser ouvidos pelo juiz. Os três amigos entregaram-se à polícia na sexta-feira à noite.
Na sexta-feira à tarde, Abdullakh Anzorov decapitou Samuel Paty, um professor de história e de geografia, nos arredores da escola onde ensinava num bairro tranquilo de Conflans-Sainte-Honorine. Em seguida, a 200 metros daquele local, a polícia abateu, com nove balas, Anzorov.
Paty, de 47 anos, tinha mostrado aos alunos, durante as aulas sobre liberdade de expressão, as caricaturas do profeta Maomé.
Entretanto, uma homenagem ao professor vai decorrer no pátio da universidade parisiense La Sorbonne, com a presença do Presidente francês, Emmanuel Macron.
Nesta cerimónia, a partir das 17h30 TMG (18h30 em Lisboa), o professor vai ser distinguido com a legião de honra a título póstumo e o filho de cinco anos será declarado "aluno da nação", uma distinção atribuída aos filhos de pais mortos numa guerra ou num atentado.
Na sequência do homicídio, as autoridades francesas prometeram "uma guerra contra os inimigos da República" e, na terça-feira à noite, Macron garantiu a intensificação de ações contra o islamismo radical.
"Não se trata de fazer novas declarações (...), serão atos esperados pelos nossso concidadãos. Estas ações vão ser intensificadas", declarou.