As tropas governamentais conseguiram entrar nesta cidade estratégica, localizada no maior estado do país, duas semanas depois de terem lançado uma ofensiva contra as forças rebeldes fiéis ao antigo vice-presidente Riek Machar.
Desde o início do conflito no território sul-sudanês, em meados de dezembro último, a cidade de Bor, a 200 quilómetros a norte da capital Juba, tem sido controlada alternadamente pelas forças governamentais e pelos rebeldes e um dos principais cenários dos confrontos.
Esta informação é divulgada no mesmo dia em que a presidência do Sudão do Sul manifestou confiança na assinatura de um cessar-fogo com os rebeldes.
"O negociador chefe está em Juba mas vai partir para Addis Abeba (Etiópia) para assinar o fim das hostilidades", disse, em declarações à comunicação social, o porta-voz do Presidente sul-sudanês Salva Kiir, Ateny Wek Ateny.
"O governo está pronto para assinar o fim das hostilidades (...) amanhã (domingo) ou segunda-feira", acrescentou.
A posição das autoridades de Juba contrasta com o tom utilizado pela União Africana (UA), que expressou frustração pela lentidão das negociações de paz entre as duas fações do conflito.
"As condições para um cessar-fogo estão cada vez mais longe", lamentou hoje o vice-presidente da comissão da UA (órgão executivo da instituição), Erastus Mwencha.
"Não podemos afirmar que existem progressos", acrescentou o representante, apelando às duas fações do conflito para fazerem concessões e relativizarem as opções de um acordo rápido.
Os confrontos no Sudão do Sul eclodiram a 15 de dezembro, depois de o Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, ter acusado o antigo vice-presidente Riek Machar, destituído do cargo em julho de 2013, de intentar um golpe.
O antigo número dois do Governo sul-sudanês negou veementemente esta acusação e disse que Kiir estava a explorar uma tensão entre membros do exército para fazer uma purga.
O conflito espalhou-se depois pelo território desta nação, pobre, apesar de rica em petróleo, e que obteve a independência do Sudão em 2011.
Os combates no território sul-sudanês já causaram milhares de mortos e cerca de 468 mil deslocados.
Na sexta-feira, a ONU divulgou que mais de 86 mil pessoas fugiram dos combates no Sudão do Sul para países vizinhos desde meados de dezembro, admitindo que os refugiados podem ultrapassar os cem mil em finais de janeiro.