O Presidente de transição, membros do Governo e chefias militares, depositaram hoje coroas de flores na campa de Amílcar Cabral, na fortaleza de Amura, em Bissau, onde está o corpo do fundador das nacionalidades da Guiné-Bissau e Cabo Verde, assassinado faz hoje 41 anos.
Em declarações aos jornalistas, Serifo Nhamadjo considerou que por ser "um despertador de consciência" de guineenses de outros povos africanos sobre a importância da independência, Amílcar Cabral desejaria ver a Guiné-Bissau "muito melhor".
"Acredito que, Cabral, como ser humano que ambicionava o melhor para o seu país e o seu povo, não estaria satisfeito, quereria mais e melhor", observou Nhamadjo, exortando os guineenses a terem sempre em conta a ação do "pai" da Nação e a de todos os combatentes pela liberdade da Pátria.
Para o Presidente de transição, esta seria a melhor forma de os guineenses agradecerem aqueles que deram a vida pela causa da independência.
"Gostaria que todos os guineenses assumissem este dia como dia dos Heróis Nacionais, que lembrassem que a nossa Pátria foi forjada numa luta heroica que ceifou a vida a grandes filhos desta terra", disse Serifo Nhamadjo.
Fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, Amílcar Cabral liderou a luta armada pela independência dos dois países à frente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que criou, mas foi assassinado a 20 de janeiro de 1973 na capital da Guiné-Conacri.
As circunstâncias da morte de Cabral, 41 anos depois, ainda estão por esclarecer.
"Amílcar Cabral acabou por ser eliminado fisicamente, mas permanece sempre vivo na mente de todos os africanos, em particular de nós os guineenses e cabo-verdianos", sublinhou Nhamadjo.
O dia 20 de janeiro, feriado nacional na Guiné-Bissau, está a ser assinalado com diversas atividades políticas e recreativas, destacando-se uma palestra na sede nacional do PAIGC, em Bissau, sobre a vida e obra de Amílcar Cabral.