O jornal The Guardian e a televisão CNN revelaram o relatório de um antigo polícia sírio, cuja função era fotografar detidos mortos alegadamente pelo regime sírio de Bashar al-Assad. Em causa pode estar a execução de, pelo menos, 11 mil presos mas as quase 27 mil fotografias mostram uma realidade chocante.
Nelas há sinais de cordas à volta de pescoços, de estômagos, rostos e pernas, muitas nódoas negras, manchas de sangue e sinais de ferimentos profundos. À CNN, o patologista forense Stuart Hamilton salienta que é possível “ver com muita nitidez, rasgos e perdas de massa muscular”.
“Não se trata de alguém magro que passava fome por causa da guerra. É mesmo de alguém que foi morto à fome”, esclarece o especialista sobre as fotografias, cujo destino poderá agora ser a barra dos tribunais, onde poderão ser aceites como prova de crimes do regime sírio contra a humanidade.
O relatório, elaborado pelo antigo polícia sírio é considera “credível” e “essencialmente verdadeiro” pelos peritos. Talvez por isso, o mesmo que se apresenta com o nome de código ‘Cesar’, tenha fugido do território sírio.
As imagens são de tal maneira chocantes que, em declarações à CNN, Desmond de Silva, antigo procurador no tribunal especial que julgou os crimes de guerra na Serra Leoa, compara o caso aos sobreviventes do Holocausto.
No mesmo sentido, a equipa de advogados e procuradores, a quem ‘Cesar’ entregou o relatório, define o que viu como uma “máquina industrial para moer pessoas”.