Segundo dados da Direção de Estrangeiros e Fronteiras (DEF) de Cabo Verde, solicitados pela agência Lusa ao Ministério da Administração Interna, os cidadãos repatriados em 2013 são de 26 nacionalidades diferentes, com os oriundos da Guiné-Bissau a registarem 67 dos casos, seguida pelo Senegal (54), Nigéria (46), Guiné-Conacri (23) e Gâmbia (11).
Os dados, que pela primeira vez são apresentados por nacionalidades, indicam que foram igualmente considerados "inadmissíveis" cidadãos da Argélia e Serra Leoa (ambos com nove), Egito (oito), Mali, Síria e Togo (todos com sete), Costa do Marfim e Gana (ambos com seis) e Indonésia (quatro).
A lista de repatriados, detidos nas fronteiras portuárias e aeroportuárias cabo-verdianas, engloba ainda cidadãos da África do Sul, Alemanha, Angola, Bélgica, Benim, Camarões, China, Grécia, Libéria, Tunísia e Turquia, todos com três ou menos casos.
Segundo os dados, em 2011 foram considerados "inadmissíveis" 599 cidadãos estrangeiros, número que baixou em 2012 para 381 e, em 2013, para 281, nenhum deles de nacionalidade portuguesa.
Já este ano, pelo menos seis cidadãos de origem síria foram reconduzidos a Dacar, país de onde partiram de avião para Cabo Verde, cujas autoridades detetaram serem portadores de passaportes falsos.
Sobre a questão, a ministra da Administração Interna (MAI) de Cabo Verde, Marisa Morais, desdramatizou quinta-feira a detenção, nos últimos dias, de vários cidadãos estrangeiros, maioritariamente sírios, portadores de passaportes falsos, alegando ser "uma situação normal em qualquer parte" do mundo.
Marisa Morais, que falava aos jornalistas no final da apresentação oficial da campanha de entrega voluntária de armas de fogo, sublinhou que o número de casos de cidadãos considerados "inadmissíveis" está dentro dos parâmetros normais.
"São vários os casos que acontecem todos os dias nas fronteiras, tal como acontece nas fronteiras de todo o mundo. Temos regras. Temos uma lei que reflete as condições de entrada e saída de estrangeiros e, quando não se cumprem esses requisitos, são considerados inadmissíveis", sublinhou Marisa Morais.
"O facto de haver indivíduos que não conseguem entrar no país espelha o que o Governo tem estado a fazer para securizar as fronteiras. Há um investimento muito forte na segurança e na deteção de documentos falsos, o que permite uma rápida intervenção de cidadãos de todas as proveniências", sublinhou Marisa Morais.
A ministra cabo-verdiana sublinhou que a segurança nas fronteiras vai continuar a aumentar, com as medidas em curso para as aperfeiçoar e modernizar.