"Neste momento, temos 45 mortos e 26 feridos. (...) Mas estes números podem vir a aumentar, porque os nossos homens continuam à procura de vítimas", afirmou o chefe da polícia do Estado de Borno, Lawan Tanko, em declarações à agência France Press.
O responsável da polícia atribuiu a autoria do ataque à "fação Boko Haram [grupo radical islâmico]".
Um anterior balanço dos incidentes fornecido hoje por testemunhas locais dava conta de cerca de 15 mortos e perto de 20 feridos.
O ataque aconteceu no domingo à tarde, quando homens armados entraram na localidade de Kawuri, na região de Konduga, no Estado de Borno (nordeste), a cerca de 37 quilómetros da capital do Estado, Maiduguri.
Testemunhas relataram que os homens chegaram em veículos todo-o-terreno, fingindo tratar-se de um grupo de comerciantes que pretendia fazer negócios no mercado local.
Mas, a postura do grupo rapidamente mudou, segundo explicou uma das testemunhas.
"Desconhecidos pelos habitantes, os homens armados colocaram bombas artesanais em vários locais estratégicos da aldeia, antes de atacar a população", contou Isa Ibrahim, que acrescentou que várias casas e automóveis foram incendiados.
O chefe da polícia do Estado de Borno, Lawan Tanko, não confirmou a utilização de explosivos, mas indicou que uma equipa de peritos foi enviada para Kawuri para procurar eventuais engenhos que não terão explodido.
O Boko Haram foi criado em Maiduguri há mais de 10 anos e luta há quatro anos para criar um Estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã.
O grupo radical, que em meados de novembro passou a integrar a lista de organizações terroristas do Departamento de Estado norte-americano, é responsável por milhares de mortos desde o início da revolta islamita.