"As fracas colheitas dos últimos dois anos e o contexto instável ao nível da segurança continuam a agravar a vulnerabilidade das populações" no Mali, palco de uma profunda crise político-militar entre 2012 e 2013, declaram as 11 ONG num comunicado comum, divulgado à agência France Presse em Dacar pelo gabinete regional da Oxfam para a África Ocidental.
Além da Oxfam, integram o grupo de ONG a Ação Contra a Fome (ACF), a Care International, a Plan Internacional e a Solidarités International.
"Mais de 800.000 pessoas precisam de uma assistência alimentar imediata no Mali. Cerca de três milhões de pessoas estão em risco de não ter de comer nos próximos meses", afirmam as organizações, citando dados recolhidos por um comité que inclui o Estado maliano, a sociedade civil, ONG e agências internacionais.
"Os efeitos do conflito armado combinados com a crise alimentar de 2012 no norte do Mali afetaram consideravelmente as populações, limitando o acesso aos alimentos e aos meios de subsistência dos mais vulneráveis", consideram as ONG, exigindo "um aumento imediato do financiamento da ajuda humanitária de emergência".
Segundo o comunicado, o valor pedido pelas Nações Unidas para fazer face às necessidades humanitárias "apenas foi financiado em 55 por cento".
Num boletim sobre o Mali divulgado a 27 de janeiro, o gabinete das Nações Unidas para a coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) em Bamako indica que as necessidades para o país em 2013 tinham sido estimadas em 477 milhões de dólares (mais de 350 milhões de euros), tendo sido recebidos "cerca de 264 milhões de dólares (menos de 194 milhões de euros)".