De acordo com a nota de imprensa da Organização das Nações para Alimentação e Agricultura (FAO), o plano visa mobilizar um financiamento inicial de dois mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) para 2014 de doadores internacionais.
A estratégia será articulada em nove planos de ação desenvolvidos em Burkina Faso, Camarões, Gâmbia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal e Chade.
"Nunca tantas pessoas estiveram em risco no Sahel e a magnitude das suas necessidades é tão grande que nenhuma organização pode abordá-las sozinha", assegurou a coordenadora da Ajuda de Emergência das Nações Unidas, Valerie Amos, na conferência de imprensa de lançamento do projeto, em Roma.
"O plano estratégico para a região permitirá fornecer apoio vital a milhões de pessoas, reforçar a sua resiliência e salvar vidas", complementou responsável da ONU.
A iniciativa, de acordo com o comunicado, promove ligações fortes com os Governos e os parceiros de desenvolvimento, através de uma perspetiva regional e numa abordagem de longo prazo para melhor abordar as causas das crises crónicas.
"A prioridade mais urgente é garantir que os agricultores no Sahel possam realizar a época de plantio, que terá lugar nas próximas semanas, proporcionando matérias-primas agrícolas rapidamente", afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
"Temos também a responsabilidade de garantir que a próxima seca não se transforma numa crise humanitária de grande escala. Com o apoio dos Governos e dos parceiros nacionais, trabalhamos para desenvolver a resiliência das populações do Sahel, produzindo variedades de sementes de qualidade, restaurando terras degradadas, conservando a água da chuva e apoiando a irrigação de pequena escala", disse ainda.
A ligeira melhoria na produção de alimentos em 2013 não foi suficiente para cobrir o crescimento da população na região, enquanto os preços elevados na maioria dos mercados agravaram a falta de acesso aos alimentos.
"A situação requer uma resposta humanitária rápida e de grande escala em quase todos os países do Sahel", afirmou Kristalina Georgieva, comissária europeia para a Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Resposta às Situações de Crise.
"A Comissão Europeia fornecerá 142 milhões de euros para a ajuda humanitária em 2014. Serão necessárias outras contribuições de doadores internacionais o mais rápido possível para atender às necessidades básicas das populações do Sahel", referiu a responsável europeia.
Cerca de 20 milhões de pessoas estão atualmente em risco de insegurança alimentar no Sahel e 2,5 milhões destas precisam de ajuda alimentar de urgência para sobreviver.
Estima-se que cinco milhões de crianças menores de cinco anos vão sofrer de desnutrição em 2014, dos quais cerca de 1,5 milhões sofrerão de desnutrição aguda.
A violência e a insegurança forçaram 1,2 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, resultando num deslocamento interno prolongado e numa crise de refugiados.
O lançamento da iniciativa teve a participação de Romano Prodi, o enviado especial da ONU para o Sahel, Amir Abdulla, o representante do Programa Alimentar Mundial (PAM), e de outras organizações.
Em 2013, o apelo para o Sahel foi de 1,7 mil milhões de euros e foi financiado em 63 por cento.