A organização pediu ao Vaticano para assumir as suas funções e revelar imediatamente "todas as pessoas suspeitas de abuso sexual e levar esses casos às autoridades judiciais competentes para investigação e julgamento".
O comité sublinhou no relatório, publicado hoje em Genebra, a "sua profunda preocupação quanto aos abusos sexuais de crianças por membros da Igreja Católica sob a autoridade da Santa Sé, com religiosos implicados em abusos de dezenas de milhares de crianças no mundo".
"O comité está profundamente preocupado pelo Vaticano não reconhecer a extensão dos crimes cometidos e não tomar as medidas necessárias para tratar de casos de abusos sexuais de crianças e proteger estas crianças, não aplicando políticas e práticas que levam ao julgamento e punição destes abusos.
O órgão da ONU aponta, nomeadamente, as transferências de paróquia em paróquia num mesmo país ou para um outro, para esconder estes crimes e ocultar os fatos às autoridades judiciárias.
"A prática de mobilidade dos abusadores permite a numerosos padres ficarem em contacto com as crianças e continuarem os abusos", afirmou o relatório.
O documento é resultado de um exame feito no mês passado pelo comité, - e que envolveu 18 especialistas independentes dos direitos humanos de diversos países -, sobre a posição destas questões do Vaticano, Estado com representação nas Nações Unidas.