O projeto de revisão preconizava que o cabeça de lista nas eleições legislativas passasse a ser o secretário-geral do partido, cabendo ao presidente apenas as tarefas de coordenação política e administrativa do PAIGC.
Esta proposta era defendida, entre outros, por Domingos Simões Pereira, antigo secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e um dos candidatos à liderança do partido neste oitavo congresso.
Para que a proposta fosse aprovada era preciso que dois terços dos cerca de 1200 delegados votassem a favor, o que não aconteceu.
Segundo a presidente da mesa do congresso, Carmen Pereira, a proposta obteve 718 votos, quando necessitava de, pelo menos, 854 votos.
Quatrocentos e dez delegados votaram contra o projeto de revisão dos estatutos.
O empresário Braima Camará, também candidato a líder do PAIGC, defendia a manutenção do modelo atual e após a votação não escondeu a sua satisfação, falando de uma vitória pessoal.
"Sinto-me muito orgulhoso. É uma vitória da democracia interna do nosso partido, um partido maduro, responsável e democrático", observou Braima Camará.
Domingos Simões Pereira disse, por seu turno, que venceu a democracia partidária, pelo que "é preciso respeitar a vontade" dos delegados ao congresso que decorre em Cacheu, no norte do país.
Simões Pereira afirmou que se mantém na corrida à liderança do PAIGC.
"Não há qualquer tipo de hesitação. Nós apresentamo-nos para a liderança do partido, os delegados mostraram qual é o caminho que preferem. Está lançada o jogo", sublinhou Simões Pereira.
A votação iniciada às 21:00 de quarta-feira só terminou com a proclamação dos resultados às 04:30 da madrugada de hoje.
A presidente da mesa do congresso, Cármen Pereira, anunciou que os trabalhos prosseguem hoje de manhã com a discussão do regulamento eleitoral para escolha do novo presidente do PAIGC, em substituição de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto no golpe de Estado de abril de 2012.