"Anti-balaka" são "inimigos da paz" na República Centro-Africana

As milícias centro-africanas "anti-balaka", acusadas de abusos contra os muçulmanos, "tornaram-se os principais inimigos da paz" e serão "perseguidas pelo que são: foras da lei e bandidos", declarou hoje o comandante da força francesa na República Centro-Africana.

Notícia

©

Lusa
10/02/2014 16:26 ‧ 10/02/2014 por Lusa

Mundo

General

"Os que se dizem 'anti-balaka' tornaram-se os principais inimigos da paz na República Centro-Africana (RCA), são eles que estigmatizam as comunidades, são eles que atacam a força Sangaris (nome da operação militar francesa)", insistiu o general Francisco Soriano, durante um encontro público em Bangui com os principais dignitários religiosos do país.

Interrogado pela agência France Presse sobre um eventual acantonamento das milícias "anti-balaka", pedido por Patrice Edouard Ngaissona, que se apresenta como o seu "coordenador político", Soriano afastou a hipótese.

"Quem são os 'anti-balaka'? Quem é o seu chefe? Qual é a sua mensagem política?", questionou o general francês, considerando que acantonar as milícias seria "dar-lhes uma legitimidade que não têm, dar-lhes a possibilidade de se tornarem uma força que não são ao serviço de um propósito obscuro".

"Não as devemos acantonar, mas persegui-las pelo que são, ou seja, foras da lei, bandidos", insistiu Soriano.

O arcebispo de Bangui, por seu turno, declarou que "os 'anti-balaka' não são uma milícia cristã".

"Chamem-lhes milícias de autodefesa, milícias de aldeia, mas poupem a palavra 'cristã'", pediu Dieudonné Nzapalainga dirigindo-se aos meios de comunicação social.

O arcebispo disse que "não são só os muçulmanos que sofrem com os 'anti-balaka'", adiantando: "Somos todos vítimas".

Os "anti-balaka" contam com numerosos antigos membros das Forças Armadas Centro-Africanas (FACA), assim como com fiéis do antigo Presidente François Bozizé (católico como a maioria da população da RCA), derrubado em março de 2013 pela coligação rebelde de maioria muçulmana Séléka de Michel Djotodia, que foi obrigado a demitir-se a 10 de janeiro devido à incapacidade em travar a violência inter-religiosa no país.

Patrice Edouard Ngaissona, que foi ministro da Juventude e dos Desportos de François Bozizé, negou, numa entrevista à AFP, que as milícias "anti-balaka" lutem "pelo regresso de Bozizé".

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas