Francis Delmonico falava no simpósio "Transplantation and Medicine Regenerative Slot" do congresso clínico internacional Leaping Forward, que decorre no Hospital da Luz, em Lisboa, onde revelou que a procura de órgãos leva a que prisioneiros na China sejam executados com esse fim.
Em alguns casos, são executados os prisioneiros necessários até um deles ter o tipo de sangue procurado, por quem naturalmente pode pagar o órgão.
Segundo Francis Delmonico, professor norte-americano de cirurgia em Harvard, os 110 mil órgãos que são transplantados anualmente representam apenas 10 por cento das necessidades globais.
Em resposta a esta escassez, quem precisa -- e pode pagar -- desloca-se a terras longínquas e mergulha no mundo da miséria para encontrar possíveis dadores: imigrantes ilegais, prisioneiros, refugiados que fugiram de genocídios, adiantou.
Francis Delmonico alertou ainda para a participação de médicos em algumas destas práticas, como o caso de um jovem no Bangladesh que vendeu um rim por "meia dúzia de dólares" e descobriu depois que o que lhe retiraram foi um pulmão.
"Foram médicos que fizeram isto!", repetiu várias vezes.