Desde a criação do primeiro posto de abandono de bebés, na província de Hebei, a China viu ‘nascer’ mais de duas dezenas destas estruturas, criadas para receber filhos que não são desejados pelos pais.
De acordo com a BBC, no último fim de semana, o Governo anunciou a criação de mais 25 infraestruturas, que ao longo dos anos têm garantido a sobrevivência de centenas de crianças. Só nas primeiras duas semanas após a sua criação, o centro de Guangzhou recebeu 79 bebés.
Num país onde o abandono de crianças é ilegal, estas estruturas funcionam de uma forma simples, o que tem suscitado várias críticas. Todos os postos estão equipados com uma incubadora, onde o bebé é ‘abandonado’, muitas vezes com dinheiro, roupa, recados e um relatório médico. Ao lado, existe um alarme, acionado quando uma criança é deixada. Só passados alguns minutos é que chega alguém responsável por acolher o bebé, mantendo assim o anonimato dos pais.
Apesar de todas as reações negativas, os postos de abandono têm permitido a muitos bebés sobreviver, sendo que todos os anos são abandonadas 10 mil crianças na China, das quais apenas um terço conseguiam sobreviver.
"As leis enfatizam a prevenção, enquanto as incubadoras de bebés se focam no resgate quando as leis são quebradas", afirmou o diretor do Centro Chinês para o Bem-Estar e Adoção das Crianças, Xinhua Li Bo, à BBC.
A política do filho único pode estar na origem de muitos destes abandonos.
